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Uma organização criminosa tomou conta do 6º Distrito Policial (DP) de Santo André, na Grande São Paulo. No local, policiais civis formaram um verdadeiro “QG da propina”. Eles extorquiam funkeiros e influencers que divulgavam jogos de azar nas redes sociais.
A investigação foi conduzida pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP), em parceria com a Polícia Federal (PF) e a Corregedoria da Polícia Civil. O grupo era liderado por Fábio Marcelo Fava, chefe dos investigadores do 6º DP.
Na denúncia apresentada à Justiça em 9 de maio de 2025, oito pessoas foram acusadas, incluindo seis policiais civis, uma advogada e o próprio Fava. Os crimes apontados são organização criminosa, corrupção passiva e ativa.
Entre setembro de 2023 e abril de 2025, os policiais criavam falsas investigações para apurar a divulgação de jogos de azar, considerada contravenção penal. Para isso, instauravam procedimentos chamados Verificação de Procedência de Informações (VPI).
Em seguida, abordavam funkeiros e influencers, acusando-os criminalmente. Para encerrar as investigações, exigiam propina. Assim, o 6º DP virou um centro de arrecadação ilegal.
Fábio Marcelo Fava autorizava as investigações e os pedidos de propina. Ele também garantia a impunidade dos colegas, dando informações falsas aos superiores para despistar as ações.
Eronias Roque Barbosa monitorava as redes sociais para identificar possíveis vítimas, focando em artistas da produtora Love Funk. Ele repassava as informações a Rodrigo Barros de Camargo, investigador que instaurava as investigações e entrava em contato com os alvos.
Outros policiais envolvidos eram Adriano Fernandes Bezerra, Magally Ivone Rodrigues, Múcio de Assis Ladeira e Wilson Roberto Ribeiro. Rodrigo e Adriano recolhiam as propinas e acertavam os pagamentos.
Magally ajudava Fábio a despistar superiores e usava a chave Pix de sua companheira para receber propinas. Múcio, mesmo transferido para outra delegacia, continuava atuando no esquema.
Todos os policiais civis e Eronias foram denunciados por 11 crimes cada, incluindo organização criminosa e corrupção passiva. Ivana Oliveira Ribeiro dos Santos, advogada de um dos funkeiros, foi denunciada por corrupção ativa por oferecer dinheiro para evitar investigações.
Quatro policiais foram presos em 25 de abril na operação “Latus Actio III”. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Mauá e Santo André.
Atualmente, apenas um agente permanece preso. Os demais respondem em liberdade. Rodrigo e Adriano foram afastados dos cargos.
O Ministério Público pediu indenização de R$ 700 mil em favor do Estado, com perda de bens dos envolvidos. O processo corre em segredo de Justiça.
A Secretaria de Segurança Pública informou que acompanha o caso e reforça o combate à corrupção. A defesa dos investigados não foi localizada até o momento.