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Miguel Oliveira, que é um pastor adolescente de apenas 15 anos, enfrenta uma onda de ameaças nas redes sociais. O jovem, que se apresenta como missionário e profeta, conquistou 1,2 milhão de seguidores no Instagram.
Entretanto, sua popularidade tem gerado intensas polêmicas nos círculos religiosos. Diversos internautas têm chamado o adolescente de “anticristo”, “herege” e até mesmo “profeta do demônio”.
As críticas não param apenas em comentários negativos sobre sua atuação religiosa. Além disso, muitas pessoas estão fazendo ameaças diretas ao jovem pregador em suas próprias páginas.
“Ele precisa é de um susto, mas tem alguém por trás dele”, escreveu um internauta. Consequentemente, o tom das mensagens tem escalado para conteúdo cada vez mais agressivo contra o adolescente.
Outro comentário sugere: “Todos precisam de uma lição, e quem está apoiando e seguindo ele”. As mensagens demonstram clara tentativa de intimidação ao jovem religioso.
“Esse pequeno moleque está mais para capeta em forma de gente”, diz outra mensagem. Na sequência, o mesmo comentário afirma que “alguém tem que parar esse moleque o mais rápido possível.”
Até mesmo pessoas que se identificam como evangélicas têm feito comentários hostis. Por exemplo, uma fiel escreveu na página do jovem: “Deus, leva esse menino”.
As críticas direcionadas ao jovem pastor se baseiam em três pontos principais. Primeiramente, há desconfiança sobre a veracidade do “dom de línguas” demonstrado por Miguel durante pregações.
Esta controvérsia ganhou força depois que o adolescente misturou palavras em inglês durante uma dessas manifestações. Por isso, muitos acreditam que ele estaria fingindo para impressionar o público.
O segundo ponto polêmico envolve a forma como o jovem solicita doações. “Quero agora quatro pessoas aqui no altar para doar R$ 1 mil”, diz Miguel em um de seus cultos.
Ele complementa a solicitação com promessas de bênçãos proporcionais à rapidez da doação. “A velocidade com que você vem é a velocidade com que o milagre será realizado”, afirma.
O terceiro e mais controverso ponto são os anúncios de curas milagrosas realizadas durante os cultos. Portanto, muitos criticam a responsabilidade dessas declarações vindas de um adolescente.
Em um evento recente, Miguel rasgou publicamente o laudo médico de uma fiel diagnosticada com leucemia. “Eu rasgo o câncer, eu filtro o seu sangue e eu curo a leucemia”, bradou energicamente.
A cena, que mostrava a mulher chorando diante do suposto livramento divino, gerou reações intensas. Assim sendo, profissionais de saúde expressaram preocupação com potenciais consequências para pacientes oncológicos.
Psicólogos e especialistas em desenvolvimento infantil têm alertado sobre os riscos desta exposição. Além disso, questionam o impacto emocional que as ameaças podem causar em um adolescente.
“A exposição pública intensa durante a formação da personalidade pode trazer consequências sérias”, explica a psicóloga Maria Helena Costa em entrevista ao Portal de Psicologia.
A especialista ressalta que, independentemente das crenças religiosas, é fundamental proteger a integridade de menores de idade. Ademais, destaca a importância da supervisão parental em casos de exposição pública.
O caso levanta questões sobre a regulamentação de atividades religiosas com participação de menores. No Brasil, não existe legislação específica limitando a atuação de adolescentes como líderes religiosos.
O Estatuto da Criança e do Adolescente prevê proteção contra exploração, mas não aborda diretamente questões religiosas. Por conseguinte, este tema permanece em uma área jurídica nebulosa.
Neste cenário controverso, familiares e apoiadores do jovem pastor defendem seu direito à liberdade religiosa. No entanto, críticos argumentam que existe uma linha tênue entre expressão religiosa e exploração midiática.
As autoridades ainda não se manifestaram sobre as ameaças direcionadas ao adolescente. Entretanto, especialistas recomendam que casos de intimidação online devem ser reportados às plataformas e, quando necessário, às autoridades competentes.