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A atuação do STF foi o ponto central da entrevista concedida pelo deputado federal Nicolas Ferreira (PL-MG) nesta segunda-feira (15). O parlamentar participou da estreia do programa *News Noite*, do SBT News. Logo no início, ele expressou seu descontentamento com a presença de ministros da Corte no evento de lançamento do canal. Além disso, Ferreira destacou o que considera ser uma interferência indevida do Judiciário nas pautas legislativas. Segundo ele, o cenário político atual reflete um desequilíbrio preocupante entre os poderes da República.
O deputado iniciou sua participação comentando a presença do ministro Alexandre de Moraes no evento da emissora. De fato, Nicolas argumentou que a postura do magistrado não condiz com a isenção esperada de um juiz de corte suprema. Consequentemente, ele afirmou que Moraes estaria utilizando o espaço para fazer discursos políticos e se autopromover, fugindo de suas atribuições constitucionais.
“Alexandre de Moraes não é jornalista nem político e muito menos imparcial”, disparou o parlamentar mineiro durante a sabatina. Ainda assim, ele fez questão de ressaltar seu respeito pela história do SBT e por Silvio Santos. Contudo, o deputado pediu um realinhamento editorial, alegando representar a voz de milhões de brasileiros decepcionados com o Judiciário. Nesse sentido, ele reforçou a tese de que juízes devem se manifestar apenas nos autos, criticando a exposição midiática de ministros.

Outro tópico sensível abordado durante a conversa foi a soberania das decisões tomadas pela Câmara dos Deputados. Nicolas Ferreira citou exemplos práticos de como a atuação do STF tem anulado vitórias obtidas pela oposição no plenário. Por exemplo, ele mencionou a votação legislativa que derrubou o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Entretanto, essa decisão do Congresso foi posteriormente invalidada por uma decisão do Judiciário. Portanto, o deputado questiona a validade do trabalho parlamentar diante de tais intervenções externas frequentes. Dessa forma, ele argumenta que o Legislativo fica subjugado, incapaz de exercer plenamente sua função fiscalizadora e deliberativa. Ou seja, vitórias democráticas obtidas no voto acabam sendo revertidas por decisões monocráticas, o que gera frustração no eleitorado e insegurança jurídica.
Durante a entrevista, o parlamentar também analisou a correlação de forças no cenário político nacional atual. Ele afirmou que a esquerda detém, hoje, o controle de grande parte da máquina estatal e possui forte influência no sistema judiciário. Em contrapartida, a direita enfrenta dificuldades severas para avançar com suas pautas prioritárias e defender seus aliados de investigações que considera injustas.
Além disso, Nicolas citou a situação jurídica do ex-presidente Jair Bolsonaro e as prisões relacionadas aos atos do 8 de janeiro. Segundo sua visão, existe uma disparidade clara no tratamento penal aplicado a diferentes grupos políticos no Brasil. Consequentemente, ele acredita que há uma “batalha entre a verdade e a mentira” em curso. Nesse contexto, a atuação do STF é vista por ele e por seus eleitores como um fator de instabilidade institucional, funcionando muitas vezes como um obstáculo para a oposição.
A conversa também abordou os processos que podem levar à cassação de deputados como Alexandre Ramagem e Eduardo Bolsonaro. Sobre isso, Nicolas foi taxativo ao dizer que a palavra final deveria ser, constitucionalmente, do Congresso Nacional. No entanto, ele demonstrou pessimismo quanto ao respeito a essa prerrogativa por parte do Supremo.
“Entrega a chave do Congresso pro STF”, ironizou o deputado, sugerindo que a Corte ignora repetidamente as decisões da mesa diretora da Câmara. Por outro lado, ao projetar o futuro, ele enfatizou a necessidade de união da direita para as eleições de 2026. Para o parlamentar, o foco deve ser eleger uma maioria sólida no Congresso. Assim, seria possível reverter o atual quadro e garantir que mudanças estruturais na segurança pública e na justiça sejam implementadas.
Ademais, ele ressaltou que a direita precisa aprimorar sua comunicação com o público que não é convertido. O deputado explicou que narrativas distorcidas muitas vezes prejudicam o entendimento de projetos importantes. Por fim, ele reiterou que a liberdade de expressão e a imunidade parlamentar estão sob ameaça constante, exigindo vigilância contínua.