Brasília, DF – O ministro Alexandre de Moraes, do STF, votou pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro. O voto, duro e detalhado, ocorreu nesta terça-feira (9). As acusações são de tentativa de golpe de Estado e de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Segundo Moraes, que é o relator do processo, Bolsonaro liderou uma “organização criminosa”. O objetivo, de acordo com o ministro, era claro: se manter no poder a qualquer custo, mesmo após a derrota nas eleições de 2022.
Uma Organização Criminosa
O ministro iniciou seu voto afirmando que o grupo agiu de forma orquestrada. “Ficou comprovada a existência de uma organização criminosa que, a partir do resultado das eleições, passou a atuar para subverter a ordem democrática”, disse Moraes.
Ele argumentou que a trama não se limitou a discursos. Pelo contrário, envolveu o planejamento de atos concretos. O objetivo era impedir a posse do presidente eleito. Moraes citou, por exemplo, a disseminação de desinformação e o incentivo a atos antidemocráticos.
A “Minuta do Golpe”
Um dos pontos centrais do voto foi a chamada “minuta do golpe”. Moraes descreveu o documento como um roteiro para a ruptura institucional. O texto previa, inclusive, a anulação das eleições e a prisão de diversas autoridades.
O ministro também destacou que as investigações comprovaram que essa minuta foi discutida e apresentada por Bolsonaro a comandantes militares. Para Moraes, isso demonstra, portanto, uma clara intenção de executar o plano.
O Voto e os Próximos Passos
Ao concluir, Alexandre de Moraes foi enfático ao votar pela condenação de Bolsonaro e de outros sete réus. Além disso, ele rejeitou a tese da defesa de que os atos eram apenas “preparatórios”.
Agora, o julgamento continua com os votos dos outros quatro ministros da Primeira Turma. São eles: Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Flávio Dino. A decisão final, que pode selar o futuro do ex-presidente, é aguardada para os próximos dias.