Brasília, DF – O ministro Alexandre de Moraes, do STF, proferiu um voto duro e contundente nesta terça-feira (9). Ele retomava o julgamento sobre a tentativa de golpe de Estado. Durante sua fala, Moraes afirmou que uma “organização criminosa”, liderada por Jair Bolsonaro, atuou para se manter no poder. Segundo o ministro, o grupo simplesmente não aceitou o resultado das urnas.
O voto de Moraes, que é o relator do processo, abriu os trabalhos do dia na Primeira Turma do STF. Além disso, ele detalhou o que considera ter sido um plano orquestrado para atacar a democracia brasileira.
“Não Sabem Perder”
O ponto central do voto de Moraes foi a afirmação de que o grupo político de Bolsonaro não aceitou a derrota eleitoral. “Essa organização criminosa, liderada pelo ex-presidente da República, não sabe perder as eleições”, declarou o ministro.
Segundo ele, a partir da derrota, o grupo passou a atuar em diferentes frentes. O objetivo era tentar reverter o resultado. Essas frentes, por exemplo, incluíam a disseminação de notícias falsas e o incentivo a manifestações antidemocráticas.
A Trama Golpista
Moraes também descreveu o que seria o plano golpista. Ele citou a existência de uma “minuta do golpe”. Esse documento previa a anulação das eleições e a prisão de autoridades, incluindo ele próprio. O ministro afirmou ainda que esse plano foi discutido em reuniões no Palácio da Alvorada, com a participação de Bolsonaro e de altos oficiais militares.
Para o relator, as provas coletadas pela Polícia Federal são robustas, especialmente a delação de Mauro Cid. Elas comprovariam, portanto, que houve uma tentativa real de ruptura, e não apenas “atos preparatórios”, como argumenta a defesa.
O Voto do Relator
Ao final de sua argumentação, Alexandre de Moraes votou pela condenação de Jair Bolsonaro e dos outros réus. As acusações são de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e de golpe de Estado.
O julgamento agora prossegue com os votos dos outros quatro ministros da Primeira Turma: Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Flávio Dino. A decisão final sobre o futuro do ex-presidente e dos demais acusados deve ser conhecida, enfim, até o final desta semana.