Caso de Ana Beatriz, de 15 dias, chocou Novo Lino e ganhou repercussão nacional.
Em apenas cinco dias, o desaparecimento de Ana Beatriz, uma recém-nascida de 15 dias, mobilizou Novo Lino, Alagoas. Contudo, o caso se transformou em tragédia. Eduarda Silva de Oliveira, de 22 anos, mãe da bebê, foi presa em flagrante. Ela confessou ter asfixiado a filha com um travesseiro. Segundo ela, o choro incessante da criança a levou ao desespero. A defesa alega que Eduarda sofre de depressão pós-parto.
Investigação e Contradições
Entre sexta-feira (11) e terça-feira (15), Eduarda apresentou cinco versões diferentes à Polícia Civil. Inicialmente, ela alegou que a bebê foi sequestrada na BR-101. Depois, disse que homens armados invadiram sua casa e levaram Ana Beatriz. No entanto, câmeras e testemunhas desmentiram as histórias. Por fim, ela confessou o crime ao advogado da família. O corpo da bebê foi encontrado em um armário, dentro de um saco plástico.
A Polícia Civil investiga se Eduarda teve ajuda para ocultar o corpo. Além disso, a necropsia está em andamento para confirmar a causa da morte. Enquanto isso, a Justiça converteu a prisão em flagrante para preventiva na quarta-feira (16). Assim, Eduarda permanecerá detida até o julgamento.
Depressão Pós-Parto e Imputabilidade
A defesa de Eduarda argumenta que ela sofre de depressão pós-parto, uma condição que afeta uma em cada sete mulheres, segundo a OMS. Por isso, uma perícia psicológica e hormonal será realizada. O advogado criminalista Welington Arruda, em entrevista ao SBT News, explicou que os exames podem identificar alterações no momento do crime. Caso a perícia seja negativa, Eduarda responderá como homicida comum.
Contudo, as múltiplas versões dadas por Eduarda não indicam, necessariamente, um problema psicológico. “No desespero, é comum mudar declarações para se defender”, disse Arruda. Assim, a perícia deve provar se a depressão foi a causa do crime.
Possíveis Desfechos Judiciais
A Justiça pode seguir três caminhos, conforme o resultado da perícia. Primeiro, considerar Eduarda imputável e condená-la por homicídio. Segundo, classificá-la como semi-imputável, com internação em hospital psiquiátrico. Por fim, declará-la inimputável, exigindo apenas tratamento ambulatorial. Nesse caso, ela viveria normalmente, mas com acompanhamento médico. O processo, no entanto, pode levar meses, dependendo da complexidade.
Comoção e Mobilização
O caso gerou revolta em Novo Lino. Moradores fizeram protestos e correntes de oração. Além disso, a ambulância que levava Eduarda após um mal-estar foi apedrejada. O pai da bebê, Jaelson da Silva, estava em São Paulo e não conheceu a filha. Ele não é suspeito. Para denúncias sobre violência contra crianças, ligue para o Disque 100.