Uma importante novidade para a saúde da mulher entrou em vigor nesta segunda-feira (1º). A partir de agora, os planos de saúde em todo o Brasil são obrigados a cobrir o implante contraceptivo hormonal, conhecido comercialmente como Implanon. A medida, determinada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), amplia o acesso a um dos métodos contraceptivos mais eficazes e de longa duração disponíveis no mercado.
A decisão de incluir o Implanon pelo plano de saúde no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde foi tomada em fevereiro, após uma consulta pública que recebeu mais de 11 mil contribuições. A medida faz parte de uma atualização que também incluiu novos tratamentos para câncer e outras doenças.
O que é e como funciona o Implanon?
O Implanon é um pequeno bastão de plástico, flexível e do tamanho de um palito de fósforo, que é inserido sob a pele do braço da mulher. Ele libera de forma contínua o hormônio etonogestrel, um tipo de progesterona, que impede a ovulação e engrossa o muco cervical, dificultando a passagem dos espermatozoides.
Considerado um método contraceptivo de longa duração, o implante tem eficácia superior a 99% e pode permanecer no corpo por até três anos. Após esse período, ele deve ser removido e, se a mulher desejar, substituído por um novo. A inserção e a remoção são procedimentos simples e rápidos, realizados em consultório médico.
Quem tem direito à cobertura?
A cobertura para o Implanon pelo plano de saúde é obrigatória para mulheres com idade entre 18 e 49 anos. A regra vale para todos os planos de saúde regulamentados pela ANS que possuem segmentação “ambulatorial”, “hospitalar com obstetrícia” ou “plano referência”.
Isso significa que a grande maioria das usuárias de planos de saúde no país poderá solicitar o procedimento sem custos adicionais, desde que haja indicação médica. A cobertura inclui tanto o dispositivo (o implante em si) quanto o procedimento de inserção.
Um avanço para a saúde feminina
A inclusão do implante no rol da ANS é vista como um grande avanço para a autonomia e o planejamento familiar das mulheres. Por ser um método de longa duração e que não depende da lembrança diária da usuária (como a pílula), ele oferece mais liberdade e segurança.
Além disso, o Implanon é uma alternativa para mulheres que não podem usar métodos com estrogênio, como pílulas combinadas, anel vaginal ou adesivo. A decisão de qual método contraceptivo usar deve ser sempre tomada em conjunto com um ginecologista, que avaliará o histórico de saúde e as necessidades individuais de cada paciente.
Com a nova regra, espera-se que mais mulheres tenham acesso a essa tecnologia, contribuindo para a redução de gestações não planejadas e para a promoção da saúde feminina no Brasil.