Um caso inusitado chamou a atenção da polícia em São Vicente, no litoral de São Paulo. Um homem foi preso três vezes em um intervalo de apenas uma semana. Surpreendentemente, todas as prisões foram pelo mesmo crime: tráfico de drogas.
Como as prisões aconteceram?
A sequência de prisões começou na última terça-feira (22). O suspeito, de 22 anos, foi detido pela primeira vez com porções de maconha e cocaína. Ele foi levado à delegacia, mas acabou sendo liberado após a audiência de custódia.
No entanto, a liberdade durou pouco. Na quinta-feira (24), o mesmo homem foi preso novamente. A Polícia Militar o encontrou no mesmo local, vendendo drogas mais uma vez. Novamente, ele foi conduzido à delegacia e, mais uma vez, liberado pela Justiça.
A terceira e última prisão ocorreu no sábado (26). Policiais que já conheciam o suspeito o avistaram traficando na mesma “biqueira”. Desta vez, após ser preso em flagrante pela terceira vez, a Justiça decretou sua prisão preventiva.
A “porta giratória” da Justiça
O caso levanta um debate sobre o que especialistas em segurança chamam de “porta giratória”. O termo se refere a situações em que criminosos, especialmente os de menor periculosidade, são presos em flagrante, mas liberados rapidamente pela Justiça.
A legislação brasileira prevê a audiência de custódia. Nela, um juiz avalia a necessidade de manter o suspeito preso ou se ele pode responder ao processo em liberdade. Neste caso, nas duas primeiras vezes, o juiz entendeu que o homem poderia ser solto.
A insistência do suspeito no crime, no entanto, levou à mudança na decisão. Agora, ele permanecerá preso enquanto aguarda o julgamento pelo crime de tráfico de drogas.
