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Fernando Henrique Dardis, de 43 anos, réu acusado de provocar a morte de duas pacientes enquanto atuava como falso médico na Santa Casa de Sorocaba, se entregou à polícia na tarde de terça-feira (24) no 1º Distrito Policial de Guarulhos, na Grande São Paulo. Ele estava foragido desde que a Justiça decretou sua prisão preventiva em maio, após a descoberta de que ele havia forjado a própria morte para evitar o julgamento.
Segundo o Ministério Público, Fernando conseguiu um atestado de óbito falso, alegando que teria morrido por sepse no Hospital Brás Cubas, em Guarulhos — hospital pertencente à família dele. Com esse documento, chegou a ser registrado no Cemitério Municipal Campo Santo como morto e sepultado, mas na verdade ele estava vivo.
Posteriormente, a Prefeitura de Guarulhos identificou que um idoso de 99 anos foi enterrado no lugar de Fernando na mesma sepultura, após troca de nomes nos registros oficiais. A fraude só foi descoberta quando o falso médico tentou atualizar seus documentos em um cartório, o que levou o Ministério Público a pedir sua prisão preventiva.
Fernando responde por homicídio por dolo eventual, acusado de ter causado as mortes de Helena Rodrigues e Therezinha Monticelli Calvim, entre 2011 e 2012, ao prescrever remédios e não prestar atendimento adequado. Ele ainda não foi julgado pelos crimes.
A defesa do falso médico considera as acusações injustas e desproporcionais. Em vídeo divulgado antes da entrega, Fernando afirmou que agiu sozinho “em um momento de desespero” e negou ter cometido os crimes.
A Polícia Civil segue investigando o caso para esclarecer todos os fatos. A Prefeitura de Guarulhos abriu sindicância para apurar a possível fraude nos registros do cemitério e informou que, caso haja envolvimento de funcionários públicos, as punições serão aplicadas.
O Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) também acompanha o caso para apurar as irregularidades no exercício ilegal da medicina.
Fernando Henrique Dardis atuava como clínico geral mesmo sem diploma, chegando a produzir uma falsa formatura para enganar colegas e pacientes. Mais de 20 famílias procuraram a polícia relatando terem sido atendidas por ele.
Em 2012, ele foi condenado por portar distintivo da Polícia Civil e munições ilegalmente, reforçando o histórico de irregularidades.