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A Receita Federal realizou nova apreensão de cocaína no Porto de Santos nesta quinta-feira (8). Inicialmente, os agentes localizaram 832 quilos da droga habilmente camuflados em uma carga de café. Consequentemente, esta operação representa um duro golpe contra o tráfico internacional que utiliza a exportação de produtos brasileiros como fachada.
A apreensão de cocaína em cargas de café tem se tornado, portanto, um padrão identificado pelas autoridades. Notadamente, esta é a segunda grande operação do tipo apenas em 2025, após outra interceptação de 815 quilos em fevereiro, também escondidos entre grãos do mesmo produto.
“A utilização de cargas lícitas para ocultar drogas é uma tática recorrente das organizações criminosas”, explicou um porta-voz da Receita Federal. Além disso, a escolha do café não é aleatória, pois suas características físicas e odor forte dificultam a detecção dos entorpecentes.
O combate ao tráfico de drogas no maior porto da América Latina tem mostrado resultados expressivos. Entretanto, o volume crescente de apreensões também indica a persistência das rotas de exportação de entorpecentes.
Com esta nova operação, o total de cocaína apreendida pela Receita Federal no Porto de Santos já ultrapassou 2,2 toneladas somente nos primeiros meses de 2025. Por outro lado, este número inclui diversas cargas menores interceptadas desde janeiro, revelando a constância das tentativas de envio.
Segundo dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública, o Porto de Santos tem se consolidado como principal rota de saída de cocaína do Brasil. Enquanto isso, as autoridades intensificam as ações de inteligência e fiscalização.
A droga apreendida estava estrategicamente misturada a um grande carregamento de 19 toneladas de café. Sem dúvida, o destino final seria o porto de Antuérpia, na Bélgica, reconhecido ponto de entrada de drogas na Europa.
Durante uma inspeção de rotina, contudo, cães farejadores especialmente treinados indicaram a presença do entorpecente. Em seguida, os agentes identificaram os tabletes de cocaína cuidadosamente ocultos dentro de diversas sacas do produto agrícola.
“A seleção da carga foi realizada com base em critérios avançados de análise de risco e imagens de escâner”, informou a Receita Federal em comunicado oficial. Posteriormente, a Polícia Federal foi acionada para realizar a perícia técnica e conduzir a investigação sobre os responsáveis.
O sucesso destas operações revela, acima de tudo, a evolução dos métodos de detecção empregados pelos órgãos de fiscalização. Primeiramente, o uso de escâneres de alta resolução permite a visualização do interior dos contêineres sem necessidade de abertura física.
Ademais, a utilização de cães farejadores continua sendo uma ferramenta essencial, mesmo diante dos esforços dos traficantes para mascarar o odor da cocaína. Finalmente, o cruzamento de informações de inteligência tem possibilitado identificar padrões suspeitos antes mesmo da inspeção física.
De acordo com especialistas da Associação Brasileira de Estudos sobre Drogas, o Brasil possui posição estratégica nas rotas internacionais do tráfico. “O país faz fronteira com os principais produtores mundiais de cocaína e possui extensa estrutura portuária”, explica o pesquisador Carlos Oliveira.
A interceptação de cargas de drogas destinadas à Europa demonstra a importância da cooperação internacional. Certamente, autoridades brasileiras mantêm estreito contato com agências europeias como a Europol para rastrear conexões criminosas.
“O compartilhamento de informações entre países é fundamental para desarticular essas organizações”, destaca o delegado Roberto Silva, da Polícia Federal. No entanto, as redes criminosas continuam adaptando suas táticas, exigindo constante evolução nas estratégias de combate.
As autoridades portuárias trabalham, portanto, em conjunto com exportadores legítimos para implementar protocolos de segurança mais rígidos. Por fim, a conscientização dos produtores de café sobre possíveis infiltrações criminosas na cadeia logística também faz parte das estratégias preventivas.
