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O Brasil já registra mais de 1,1 milhão de casos prováveis de dengue desde o início do ano. Consequentemente, o país enfrenta uma das piores epidemias da doença em sua história recente, com impactos severos no sistema de saúde.
Até o momento, 791 pessoas perderam a vida em decorrência da dengue, conforme dados oficiais divulgados pelas autoridades sanitárias. Além disso, especialistas alertam que os números podem ser ainda maiores devido à subnotificação.
Em Porto Alegre, a aposentada Maria Alice da Luz, de 82 anos, sobreviveu à forma mais grave da doença. Portanto, seu relato evidencia a importância do diagnóstico rápido no combate aos casos de dengue.
“Muita coceira, duas noites sem dormir. E o apetite, terrível. Secava a boca, a pele até hoje está seca”, descreve a idosa que enfrentou a dengue hemorrágica, manifestação mais perigosa da enfermidade.
Maria Alice faz parte dos mais de 5.200 infectados por dengue em Porto Alegre somente neste ano. Por conseguinte, ela se beneficiou do diagnóstico precoce, fator essencial para o sucesso do tratamento.
Para agilizar o atendimento de pacientes com sintomas graves, a capital gaúcha implementou o uso do hemoglobinômetro. Assim sendo, este equipamento inovador mede índices no sangue e identifica rapidamente os casos de dengue mais críticos.
“O exame é feito com uma picada no dedo, colhe-se uma gota de sangue e em três segundos o equipamento libera os parâmetros sanguíneos”, explica Gabriele Brehm, coordenadora laboratorial da Secretaria Municipal da Saúde.
Com a nova tecnologia, os casos de dengue leves são direcionados para hidratação ou podem seguir tratamento domiciliar. Enquanto isso, pacientes com risco de agravamento recebem atenção prioritária nas unidades de saúde.
“Vai permitir ao profissional tomar decisões mais rápidas e corretas, essencial para evitar complicações”, afirma a biomédica responsável pelo programa de combate aos casos de dengue na região.
Até abril, o Brasil contabilizou 791 óbitos por dengue e mais de 1,158 milhão de casos prováveis. Por isso, autoridades sanitárias mantêm alerta máximo em diversas regiões do território nacional.
São Paulo lidera entre os estados com 12 mil diagnósticos de formas graves da doença. Ademais, completam o ranking dos mais afetados: Paraná, Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio Grande do Sul.
O Rio Grande do Sul apresenta situação epidemiológica alarmante. Segundo o último boletim da Secretaria Estadual da Saúde, são 12 mil casos confirmados de dengue no estado gaúcho.
Deste total, 10.014 são autóctones, ou seja, contraídos dentro dos próprios municípios. Portanto, este dado evidencia a circulação intensa do vírus na região e a proliferação do mosquito Aedes aegypti.
Em Porto Alegre, a situação dos casos de dengue é crítica, com mais de 5 mil registros desde janeiro — uma média de 45 novos casos por dia. No entanto, medidas emergenciais já estão sendo implementadas para conter o avanço da doença.
O município decretou estado de emergência em saúde pública devido aos casos de dengue. Assim sendo, o Exército Brasileiro montou tendas de apoio em seis unidades básicas de saúde para ampliar a capacidade de atendimento.
