A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou duas importantes decisões de fiscalização nesta quarta-feira (17), reforçando o controle sobre a qualidade e a segurança dos produtos consumidos no Brasil. A primeira medida foi a suspensão de um lote do medicamento furosemida injetável, da empresa Hypofarma, após a confirmação da presença de material estranho nas ampolas. A segunda foi a proibição total dos produtos da empresa Verde Flora Produtos Naturais.
Diurético com suspeita de caco de vidro
A decisão mais grave envolve o lote 24111911 do medicamento furosemida 10 mg/ml injetável, com validade até novembro de 2026. A Anvisa determinou a suspensão imediata da comercialização, distribuição e uso do lote após a Vigilância Sanitária de Jaraguá do Sul (SC) identificar a presença de “material estranho semelhante a caco de vidro” dentro das ampolas.
O problema foi constatado em julho e documentado com fotos, levando a agência a tomar a medida preventiva. A furosemida é um diurético potente, amplamente utilizado em ambientes hospitalares para tratar condições como insuficiência cardíaca, edemas e hipertensão arterial.
A Anvisa determinou que a própria fabricante, a Hypofarma, realize o recolhimento de todas as unidades do lote afetado. A orientação para hospitais, clínicas e pacientes que possuam o medicamento deste lote é interromper o uso imediatamente e entrar em contato com o fornecedor para a devolução.
Empresa de produtos naturais é proibida de operar
Na mesma resolução, a Anvisa suspende o medicamento e vai além, proibindo a fabricação, venda, propaganda e uso de todos os produtos da empresa Verde Flora Produtos Naturais Ltda.
A medida drástica foi motivada pela constatação de que a empresa estava comercializando e fazendo propaganda de produtos sem o devido registro na agência, como cápsulas de cúrcuma e extratos de chá verde.
Este não é o primeiro problema da Verde Flora com a fiscalização. A empresa já havia sido alvo de uma operação em agosto, que identificou o funcionamento de uma fábrica clandestina de suplementos alimentares em um galpão sem autorização e em condições sanitárias precárias.
A nova proibição, portanto, amplia as restrições contra a empresa, que já possui um histórico de irregularidades e representa um risco à saúde pública, segundo as autoridades sanitárias.