A histórica Coroa da Imperatriz Eugênia, uma das joias mais preciosas da França, foi encontrada danificada após um audacioso assalto ao Museu do Louvre, em Paris, na manhã do último domingo (19). A ação, que durou apenas quatro minutos, foi executada por um grupo de criminosos que utilizou um guindaste para acessar a galeria onde as joias da coroa francesa ficam expostas.
Um Roubo Cinematográfico em Plena Luz do Dia
Por volta das 9h30 (4h30 no horário de Brasília), quando o museu já recebia visitantes, quatro ladrões invadiram a Galerie d’Apollon. Segundo o Ministro do Interior, Laurent Nunez, os criminosos usaram um caminhão com guindaste para alcançar o primeiro andar do edifício, quebrando uma janela para entrar.
A ministra da Cultura, Rachida Dati, descreveu a ação como “muito profissional”, destacando que os ladrões agiram rapidamente, sem violência contra as pessoas presentes. “Eles entram calmamente em quatro minutos, quebram vitrines, pegam os itens e vão embora”, afirmou Dati. Após o roubo, o grupo fugiu em motocicletas de alta potência.
A Coroa Danificada e Outras Joias Levadas
Durante a fuga, parte do butim foi perdida. A Coroa da Imperatriz Eugênia foi uma das peças recuperadas do lado de fora do museu, porém, estava danificada. Além dela, os ladrões levaram outras oito peças da coleção de Napoleão e da Imperatriz Eugênia, incluindo um colar, um broche e uma tiara. Uma segunda joia também foi encontrada, mas não foi identificada publicamente. Felizmente, o famoso diamante Regent, de mais de 140 quilates, não foi levado pelos assaltantes.
O Valor Histórico da Coroa da Imperatriz Eugênia
Criada em 1855 pelo joalheiro Alexandre-Gabriel Lemonnier, a Coroa da Imperatriz Eugênia é um tesouro do Segundo Império francês. Confeccionada em ouro, a peça é adornada com 2.490 diamantes e 56 esmeraldas, sendo um símbolo do virtuosismo dos artesãos da época. Ela foi apresentada ao mundo na Exposição Universal de Paris de 1855 e faz parte do acervo da Galerie d’Apollon, um espaço que abriga algumas das coleções mais valiosas da França.
Investigação e Segurança em Foco
As autoridades francesas iniciaram uma investigação liderada por uma unidade policial especializada em roubos de arte, conhecida por sua alta taxa de sucesso. O incidente levantou um intenso debate sobre a segurança dos museus do país. A ministra Rachida Dati ressaltou que a necessidade de adaptar a segurança a novas formas de crime organizado é uma pauta urgente, mencionando que o próprio Louvre já havia solicitado uma auditoria de segurança há dois anos.
Este não é o primeiro grande roubo no Louvre. Em 1911, a Mona Lisa foi levada por um ex-funcionário, sendo recuperada apenas dois anos depois, em um dos crimes de arte mais famosos da história.