O Ministério da Saúde divulgou, nesta quarta-feira (15), uma nova atualização sobre o surto de intoxicação por metanol ligado ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas no país. Os números mostram um cenário preocupante: o Brasil já soma 41 casos confirmados e 107 ainda em investigação. Ao todo, 469 ocorrências foram descartadas.

Os casos confirmados estão concentrados em quatro estados, com São Paulo liderando as estatísticas:

O levantamento aponta ainda seis mortes confirmadas em São Paulo e duas em Pernambuco, totalizando oito óbitos. Outras dez mortes suspeitas estão sob investigação em estados como Paraíba, Paraná, Mato Grosso do Sul, Pernambuco e São Paulo.

Diante do avanço dos casos, o Ministério da Saúde anunciou uma série de medidas para agilizar a resposta à crise. Uma sala de situação foi montada para acompanhar a evolução do surto e definir estratégias.

“Uma das ações que discutimos é apoiar o estado [de São Paulo] a fazer mais rapidamente a confirmação ou o descarte dos casos”, afirmou o ministro Alexandre Padilha.

Para acelerar os diagnósticos, o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) da Unicamp vai ampliar sua capacidade de análise, podendo realizar até 190 exames por dia. A Fiocruz também colocará seu laboratório à disposição dos estados, com o objetivo de criar uma estrutura permanente para análise de casos de intoxicação química.

O Ministério da Saúde, em parceria com a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB), divulgou orientações para que profissionais de saúde possam identificar e tratar a intoxicação por metanol de forma mais eficaz. As principais recomendações são:

O ministro também anunciou a chegada do fomepizol, um medicamento importado que bloqueia a ação tóxica do metanol no organismo. O lote, vindo dos Estados Unidos, deve chegar ainda nesta semana e será distribuído para centros de toxicologia em todo o país, reforçando o arsenal terapêutico contra o envenenamento.