Rio de Janeiro, RJ – A Justiça do Rio de Janeiro negou, nesta quinta-feira (11), o pedido de habeas corpus para o rapper Oruam. Com isso, o artista, cujo nome de batismo é Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, permanecerá preso no Complexo Penitenciário de Gericinó, onde está desde 22 de julho.
A defesa do cantor já confirmou que vai recorrer da decisão ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Oruam é réu por tentativa de homicídio qualificado contra dois policiais civis.
A Acusação e a Defesa
O crime teria ocorrido durante uma abordagem policial na residência do rapper, no bairro do Joá, na Zona Oeste do Rio. Na ocasião, os agentes tentavam cumprir um mandado de apreensão contra um adolescente que estava na casa. Segundo a acusação, Oruam reagiu arremessando sete pedras contra o delegado Moyses Santana Gomes e o policial civil Alexandre Alvez Ferraz.
Após o confronto, o artista teria se refugiado no Complexo da Penha, na Zona Norte, mas acabou se entregando às autoridades posteriormente.
A defesa de Oruam, por outro lado, alega que a ação policial foi inadequada. Os advogados argumentam que os agentes chegaram à residência às 23h, em viaturas descaracterizadas e sem uniforme, o que teria assustado o cantor e provocado sua reação.
A Decisão da Justiça
Ao negar o pedido de liberdade, a desembargadora Marcia Perrini Bodart afirmou que a manutenção da prisão de Oruam é necessária para “garantir a ordem pública e resguardar a paz social”.
A magistrada também destacou um ponto crucial em sua decisão. Ela mencionou que, após o ocorrido, o artista teria incitado a população contra a polícia. Oruam teria desafiado os agentes a entrarem no Complexo da Penha para prendê-lo, o que foi visto pela Justiça como um ato de afronta à autoridade e um risco à ordem pública.
Diante desses argumentos, o tribunal decidiu por manter o rapper preso enquanto o processo por tentativa de homicídio continua a tramitar.