Recife, PE – A investigação sobre a morte de Alícia Valentina, de 11 anos, revelou a motivação brutal por trás do crime. Segundo o Boletim de Ocorrência, o espancamento começou porque a menina se recusou a “ficar” com um dos colegas. Ao todo, cinco estudantes, sendo quatro meninos e uma menina, são apontados como responsáveis pelas agressões que ocorreram dentro da Escola Municipal Tia Zita, em Belém do São Francisco (PE).
O atestado de óbito da criança, divulgado nesta terça-feira (9), confirma a causa da morte: “traumatismo cranioencefálico produzido por instrumento contundente”. Isso indica que Alícia foi, provavelmente, atingida na cabeça com um objeto.
O Estopim da Violência
O Boletim de Ocorrência, registrado com base no depoimento de outra criança que testemunhou o fato, é claro. O documento afirma que Alícia foi interceptada pelos agressores no banheiro da escola ou próximo a ele. Ali, eles “começaram a lhe agredir”.
O motivo da fúria foi a recusa da menina em ter um relacionamento com um dos agressores. “Um dos motivos que levaram [o menino] a agredir Alícia teria sido a negativa da mesma em aceitar ‘ficar com ele'”, diz o relato policial.
Inicialmente, o caso foi registrado como lesão corporal. Contudo, com a morte da menina, a ocorrência foi alterada para lesão corporal seguida de morte.
A Luta da Família e a Investigação
A mãe de Alícia, que preferiu não se identificar, relatou que só percebeu a gravidade da situação quando a filha já estava no segundo hospital. Segundo ela, a menina nunca contou em detalhes como as agressões ocorreram. No entanto, os exames já indicavam uma pancada muito forte na cabeça, descartando a possibilidade de “um tapa de jeito nenhum”.
A família também afirma que uma professora chegou a mencionar que parte da confusão foi registrada por uma câmera de segurança da escola.
O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) instaurou um procedimento para acompanhar o caso e já solicitou informações à prefeitura. A Polícia Civil, por sua vez, continua a investigação, que agora ganha contornos ainda mais claros sobre a autoria e a motivação do crime que tirou a vida da “menina doce”, como era descrita pela família.