Brasília, DF – A defesa de Bolsonaro se manifestou publicamente sobre as investigações no Supremo Tribunal Federal (STF), afirmando de maneira categórica que não há base para as acusações. Em uma contraofensiva direta à narrativa de trama golpista, o advogado Paulo Cunha Bueno declarou que “não existe uma única prova” que incrimine o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Os advogados sustentam que as investigações, embora extensas, não conseguiram produzir evidências concretas. Pelo contrário, eles argumentam que o ex-presidente sempre agiu dentro dos limites da Constituição.
O Principal Argumento: Desqualificar a Delação
O ponto central da estratégia da defesa é desqualificar a principal fonte de acusação: a delação premiada de Mauro Cid. Segundo os advogados, as palavras de um delator, por si sós, não são suficientes para uma condenação.
Eles enfatizam que um depoimento precisa ser confirmado por outras evidências materiais, o que, segundo eles, não aconteceu. Sobre isso, o advogado Paulo Cunha Bueno foi claro: “A palavra de um delator não é prova. É um meio de obtenção de prova. A palavra de um delator precisa ser corroborada por elementos externos”. Portanto, a defesa classifica a narrativa como uma tentativa de incriminar Bolsonaro sem o devido respaldo probatório.
Contestando a “Minuta do Golpe”
Outro ponto crucial é a chamada “minuta do golpe”, documento que supostamente previa a anulação das eleições. A defesa argumenta que Bolsonaro nunca validou ou deu andamento a qualquer texto com teor golpista.
A linha de defesa é que a simples existência de um rascunho não configura um crime. “Um papel apócrifo, um papel que ninguém sabe quem escreveu, que não tem assinatura, que não tem data, que não tem nada, não pode ser levado a sério”, afirmou Cunha Bueno. Para ele, não houve qualquer ato concreto por parte de Bolsonaro que indicasse uma intenção real de ruptura institucional.
Próximos Passos e a Posição da Defesa
A defesa de Bolsonaro se prepara agora para a fase final do inquérito. A expectativa é que a Polícia Federal apresente seu relatório em breve e, em seguida, a Procuradoria-Geral da República (PGR) decida sobre a denúncia.
A estratégia será, portanto, reforçar a tese de ausência de provas. O advogado conclui sua posição afirmando que o ex-presidente está tranquilo. “Ele está absolutamente sereno, porque sabe que não cometeu nenhum tipo de ilícito”, finalizou. O embate jurídico, sem dúvida, promete ser intenso nos próximos meses.