O cirurgião plástico Márcio Simões de Oliveira, de 47 anos, enfrenta sérias acusações. Atualmente, ele é alvo de duas denúncias do Ministério Público de São Paulo (MPSP). Além disso, é investigado pela Polícia Civil pelo mesmo crime: importunação sexual contra pacientes. Os relatos descrevem um padrão de abuso que ocorria dentro de seu consultório.
Adicionalmente, um grupo com pelo menos 40 supostas vítimas se organiza para compartilhar outras denúncias. Elas relatam não apenas crimes sexuais, mas também supostos erros médicos.
O caso mais recente: “Deixa eu ver essa xoxota”
A denúncia mais recente ocorreu em março deste ano. Uma mulher de 41 anos procurou o médico para uma consulta sobre próteses de silicone. Ela estava acompanhada por uma amiga.
- O assédio: Segundo o depoimento, o médico ignorou o motivo da consulta. Em vez disso, ele a teria puxado e dito: “Nossa que mulher gostosa, que abdômen lindo”.
- A insistência: Mesmo com os alertas da paciente e da amiga, ele teria continuado com os elogios. Inclusive, impediu que ela fechasse a camisa.
- O abuso: Em seguida, o médico teria apalpado as nádegas e coxas da vítima, dizendo “hoje vai ter festa”. Logo depois, virou-a bruscamente, abaixou sua calcinha e disse: “Deixa eu ver essa xoxota”.
A vítima relatou que ficou sem reação. Por fim, conseguiu se desvencilhar e sair do consultório. O caso ainda está sendo investigado pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM).
Aguardando sentença por tentativa de beijo
Em outro caso, o cirurgião aguarda a sentença de um processo por importunação sexual. A vítima é uma bancária de 31 anos. O crime teria ocorrido no final de 2018.
Durante um retorno pós-cirúrgico, o médico teria feito “elogios demasiados”. Depois, ao ajudá-la a vestir a cinta, tentou beijá-la na boca por duas vezes. Com base nos relatos, o MPSP pediu a condenação do cirurgião.
Processo suspenso após acordo
Um terceiro caso, de junho de 2019, teve um desfecho diferente. Uma mulher foi ao consultório para remover uma queloide. No entanto, ela relatou que o médico elogiou seus seios e puxou sua blusa para baixo.
Na época, o médico alegou que havia trocado a ficha de atendimento. O MPSP, contudo, entendeu que ele praticou atos libidinosos para “satisfazer sua lascívia”.
Como resultado, em outubro de 2022, o processo foi suspenso sob algumas condições. O médico cumpriu as determinações, como o pagamento de uma multa. Por isso, a punibilidade do caso foi extinta em outubro do ano passado.