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Em mais um protesto contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e as condenações de bolsonaristas envolvidos nas invasões do 8 de janeiro, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reuniu cerca de 12 mil apoiadores na Avenida Paulista, em São Paulo, neste domingo (29). O ato, organizado pelo pastor Silas Malafaia, teve como tema central o pedido por “Justiça Já”, com foco em penas mais brandas para os condenados e críticas à Corte.
O evento contou com a presença de quatro governadores: Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Romeu Zema (Novo-MG), Cláudio Castro (PL-RJ) e Jorginho Mello (PL-SC), além de senadores e deputados federais e estaduais da base bolsonarista, como Flávio Bolsonaro, Magno Malta e Valdemar Costa Neto, presidente do PL.
Vestidos de verde e amarelo, os manifestantes exibiram bandeiras do Brasil, dos Estados Unidos e de Israel, além de faixas pedindo anistia para os presos do 8 de janeiro. Líderes religiosos e políticos retomaram lemas da campanha de Bolsonaro, como “Deus, pátria e família”, defenderam o voto impresso e criticaram o sistema político atual, o STF e o governo Lula.
Em seu discurso, Bolsonaro iniciou relembrando desafios enfrentados durante seu governo, como a pandemia de Covid-19 e o desastre de Brumadinho. Depois, adotou tom mais duro contra o STF, afirmando que o inquérito no qual é réu não busca apenas prendê-lo, mas “eliminá-lo”. Ele atribuiu sua derrota em 2022 à “mão pesada do STF” e afirmou que a esquerda teria articulado os atos de 8 de janeiro para culpá-lo, citando a suposta exclusão de mais de 200 imagens que comprovariam sua inocência.
O ex-presidente pediu aos apoiadores que trabalhem para eleger metade da Câmara dos Deputados e do Senado nas eleições de 2026, afirmando que “quem controlar o Congresso vai mandar mais que o presidente da República”. Ele disse ainda que nem precisa ser presidente para mudar o destino do Brasil, contando com o apoio do presidente do PL, Valdemar Costa Neto.
“Não interessa onde eu esteja, aqui ou no além”, concluiu Bolsonaro, em referência à sua inelegibilidade até 2030, determinada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, evitou ataques diretos ao STF, mas criticou o governo Lula, principalmente pela política econômica e o aumento dos juros, afirmando que “quem paga essa conta é o pequeno empresário”. O pastor Silas Malafaia, organizador do ato, classificou como “legalização da censura” a decisão do STF que obriga plataformas digitais a removerem conteúdos considerados criminosos, sem ordem judicial.
O ato foi uma resposta às decisões do STF que tornaram Bolsonaro e outros 30 aliados réus por tentativa de golpe após as eleições de 2022. O julgamento está previsto para setembro, e, se condenado, Bolsonaro pode pegar até 39 anos de prisão.
Este foi o sétimo ato de Bolsonaro desde que deixou a Presidência, e o segundo na Avenida Paulista em 2025. O número de participantes foi menor que o protesto de abril, que reuniu cerca de 60 mil pessoas.