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Agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM) de São Paulo localizaram, na tarde de quinta-feira (26), um cemitério clandestino na região do Parque dos Búfalos, Zona Sul da capital paulista, próximo à Represa Billings. Inicialmente, foram encontradas 12 ossadas, mas o número subiu para 15 na sexta-feira (27), distribuídas em 14 covas abertas em área de mata fechada e de difícil acesso.
A descoberta ocorreu durante um patrulhamento preventivo da GCM Ambiental, após uma denúncia anônima que levou os agentes até o Parque Residencial Cocaia. O canil da corporação foi mobilizado para auxiliar nas buscas. A ocorrência foi registrada no 98º Distrito Policial, que ficará responsável pelas investigações.
Equipes da Polícia Técnica Científica, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e do Instituto Médico-Legal (IML) estiveram no local para iniciar os trabalhos periciais. Devido à escuridão e à dificuldade de acesso, os trabalhos foram parcialmente prejudicados, mas as buscas prosseguem com apoio do Corpo de Bombeiros e da antropologia do IML.
O terreno apresenta valas abertas com terra afundada, típica de sepultamentos clandestinos, em que a decomposição dos corpos provoca o afundamento do solo. Os restos mortais encontrados estão em avançado estado de decomposição, restando principalmente ossos.
As ossadas apresentam sinais de execução, como marcas de perfuração no crânio e vestígios de enforcamento, o que reforça a hipótese de homicídios violentos.
As autoridades suspeitam que o cemitério clandestino seja utilizado pelo chamado “tribunal do crime”, braço do Primeiro Comando da Capital (PCC), uma das maiores facções criminosas do Brasil. Esse “tribunal” funciona como um sistema paralelo de justiça, onde são julgados, torturados e executados aqueles que descumprem as regras impostas pela facção em territórios sob seu controle.
A localização remota, em área de mata próxima a mananciais e parques, facilita a ocultação dos corpos, dificultando a ação policial e a identificação das vítimas.
A descoberta do cemitério clandestino evidencia a brutalidade e o poder do crime organizado em São Paulo, que utiliza métodos violentos para manter o controle e impor regras. A investigação busca identificar as vítimas, esclarecer as circunstâncias dos homicídios e localizar possíveis responsáveis.
As buscas por mais ossadas continuam, e o local está sendo preservado para garantir a integridade das provas. A polícia trabalha para desvendar se há mais corpos enterrados e para identificar todos os envolvidos.
Casos semelhantes já foram registrados em São Paulo e em outras regiões do país, onde facções criminosas utilizam cemitérios clandestinos para ocultar vítimas de execuções sumárias. Essas práticas dificultam a ação da Justiça e aumentam a sensação de impunidade.
O combate a essas organizações exige ações integradas entre forças policiais, inteligência e políticas públicas que enfrentem as causas da criminalidade.