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Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (10), Jair Bolsonaro negou ter participado de tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Contudo, ele afirmou que as reuniões com aliados e comandantes militares tinham caráter informal e buscavam discutir alternativas dentro da Constituição para reverter o resultado do pleito, vencido por Luiz Inácio Lula da Silva.
Bolsonaro explicou ao ministro Alexandre de Moraes que as conversas eram informais, sem decisões tomadas. “Era para avaliar se havia algum dispositivo constitucional que nos ajudasse a atingir um objetivo que não foi alcançado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE)”, disse. Segundo ele, essa possibilidade foi descartada já na segunda reunião.
O ex-presidente afirmou que não havia clima político ou base sólida para qualquer ruptura institucional. “Não tinha clima, não tinha base minimamente sólida para fazer coisa”, declarou. Ele também negou ter planejado prisões de autoridades ou uso das Forças Armadas para instaurar estado de sítio.
Bolsonaro confirmou ter participado de uma ou duas reuniões com os comandantes das Forças Armadas e o então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira. Nessas ocasiões, discutiram alternativas constitucionais para contestar o resultado das eleições. Contudo, ele afirmou que decidiram “entubar” a derrota eleitoral e não prosseguir com medidas legais ou ilegais.
O ex-presidente reforçou que nunca cogitou golpe de Estado. “Golpe é uma coisa abominável. Seria fácil começar, mas o ‘dia seguinte’ seria imprevisível e danoso para todo mundo”, afirmou. Contudo, ele destacou que as Forças Armadas sempre cumpriram missão legal e que ninguém o ameaçou de prisão.
Bolsonaro negou ter tido contato ou editado a chamada “minuta do golpe”, documento citado pelo delator Mauro Cid. Ele afirmou que sempre esteve do lado da Constituição e que não havia conhecimento de documento prevendo prisão de autoridades.