O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, afirmou que a deputada Carla Zambelli levou o hacker Walter Delgatti Neto para um encontro com o ex-presidente. O objetivo era discutir supostas fraudes nas urnas eletrônicas durante a campanha eleitoral de 2022.
Encontro e pedido para invasão das urnas
Segundo relatos do hacker Delgatti, Zambelli o procurou em julho de 2022 para que ele invadisse sistemas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A deputada queria provar vulnerabilidades no sistema de votação e obter conversas comprometedoras do ministro Alexandre de Moraes.
Delgatti confirmou que, apesar das tentativas, não conseguiu invadir as urnas eletrônicas. Ele disse ter sido contratado por Zambelli, que pagou R$ 40 mil pelos serviços.
Café da manhã com Bolsonaro e presença de Cid
O hacker relatou que, no dia 10 de agosto de 2022, teve um encontro no Palácio da Alvorada com Bolsonaro, Zambelli, Mauro Cid e outros assessores. Durante o café da manhã, discutiram estratégias para deslegitimar o processo eleitoral, incluindo a criação de códigos para simular fraudes.
Cid teria participado das conversas e, segundo Delgatti, vai confirmar essas informações em sua delação premiada.
Plano para manipular votos e manifestações
Delgatti detalhou que o grupo queria criar um código malicioso para ser exibido durante manifestações no 7 de setembro de 2022. A ideia era mostrar votos sendo inseridos e impressos de forma fraudulenta, para gerar desconfiança no sistema eleitoral.
Reação e investigação
A deputada Carla Zambelli nega envolvimento em qualquer ilegalidade e afirma ter contratado o hacker apenas para gerenciar suas redes sociais. Já Bolsonaro afirmou que as acusações são fantasiosas.
A Polícia Federal e o Supremo Tribunal Federal (STF) investigam as ações do grupo, que incluem invasões a sistemas públicos e tentativa de golpe contra a democracia.
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