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Nesta terça-feira (20), os ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), votaram contra o recebimento da denúncia contra dois investigados do chamado núcleo 3 da trama golpista. Os ministros consideraram as acusações “muito frágeis” e sem o “mínimo de indícios” necessários para seguir com a ação penal.
Os beneficiados pela decisão foram Cleverson Ney Magalhães, assessor do general Theóphilo, e Nilton Diniz Rodrigues, oficial do Exército. Segundo Moraes, relator do caso, não há elementos mínimos que comprovem a prática de crimes pelos dois acusados. Ele destacou que a denúncia se baseava apenas na proximidade de Cleverson com o general Theóphilo, sem apresentar mensagens, documentos ou testemunhos que o ligassem a atos ilícitos.
Quanto a Nilton, Moraes ressaltou que as alegações do Ministério Público se resumiam à participação em reuniões. No entanto, não havia qualquer evidência de que ele teria atuado para pressionar o comando do Exército. A defesa ainda comprovou que o militar estava em missão no Reino Unido durante o período investigado.
O ministro Flávio Dino acompanhou o voto de Moraes e afirmou que as acusações eram frágeis. Segundo ele, “essas alusões não vêm acompanhadas de fatos, mensagens ou ações documentadas nos autos”. Dino defendeu que, por prudência, o recebimento da denúncia fosse afastado neste momento.
A ministra Cármen Lúcia concordou com Dino. Ela afirmou que as referências eram realmente frágeis, não sendo suficientes para sustentar uma instrução que poderia se aprofundar sem base.
Apesar da rejeição para dois investigados, outros nove militares — da ativa e da reserva — e um policial federal se tornaram réus por envolvimento nos planos de golpe de Estado. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), eles são acusados de elaborar planos que incluíam a prisão e até o assassinato de autoridades, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes.
Entre os réus estão militares das Forças Especiais do Exército, conhecidos como “kids pretos”, profissionais altamente treinados para operações sigilosas e de alto risco. A denúncia da PGR detalha que o grupo pretendia impedir a posse do presidente eleito em 2022 por meio de medidas extremas e violentas.
Com a decisão, o STF reforça a necessidade de provas concretas para o recebimento de denúncias criminais. Por outro lado, avança na responsabilização de outros envolvidos na trama golpista, que agora responderão a processo penal.