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A Polícia Civil abriu investigação contra o cirurgião plástico Valentim Pizzoni, que atua em Porto Alegre. O médico enfrenta acusações graves de pacientes insatisfeitas. Segundo as denúncias, ele não cumpriu os resultados prometidos em cirurgias estéticas. Além disso, teria agido com negligência durante o acompanhamento pós-operatório.
Até o momento, pelo menos sete mulheres registraram queixas formais contra o profissional. Além disso, as denunciantes relatam decepção profunda com os procedimentos realizados. Muitas afirmam que suas vidas pioraram significativamente após as intervenções médicas.
O caso ganhou destaque após as pacientes se encontrarem através de relatos nas redes sociais. Todas compartilham experiências semelhantes sobre promessas não cumpridas e falta de apoio adequado após as cirurgias.
Graziele Miranda Gonçalves buscou o médico em 2023 com objetivos estéticos específicos. Ela desejava remover gorduras localizadas e corrigir as mamas após amamentação. Durante a primeira consulta, sentiu-se confiante com as promessas do cirurgião.
“Fui atrás dele com aquele sonho de renovar minha autoestima depois da gestação. Ainda amamentava quando o procurei, mas segundo ele, isso seria rapidamente solucionado. Ele me receitou medicação para secar o leite. Tudo parecia maravilhoso”, relatou Graziele.
As cirurgias aconteceram em outubro daquele ano. Contudo, o resultado ficou muito abaixo do esperado. “Meu peito cedeu completamente, como se eu não tivesse feito plástica nenhuma. Continuei com excesso de pele e gordura”, explicou.
Mesmo após novas queixas, o médico indicou outro procedimento adicional. Infelizmente, este também não trouxe os resultados prometidos. “Não consigo me olhar no espelho sem frustração. A exposição pública é ainda pior”, desabafou.
Ketlyn Faveretto Lopes também procurou o cirurgião plástico investigado. Seu objetivo era corrigir o resultado insatisfatório de uma cirurgia anterior. Além disso, desejava aumentar os glúteos com enxerto de gordura.
“Investi aproximadamente R$ 40 mil nessas cirurgias”, revelou Ketlyn. “Hoje é extremamente doloroso falar sobre o que vejo no espelho. As marcas estão constantemente ali, me lembrando do ocorrido todos os dias.”
Outra paciente, Paola Schuquel, foi orientada a realizar mastopexia e abdominoplastia. Apesar de algumas dúvidas iniciais, confiou nas recomendações do médico. “Ele prometeu usar a menor cicatriz possível. Durante a consulta, foi direto e objetivo sobre os resultados”, contou.
Entretanto, as fotos de Paola mostram cicatrizes extensas após os procedimentos. Além disso, seus seios ficaram sem sustentação adequada. A barriga permaneceu com problemas similares aos existentes antes da cirurgia.
“Depois, ele alegou que meu caso era complicado e sugeriu um novo procedimento. Corrigiu a diástase, mas me deixou em situação pior. Estou horrível com meu corpo atual”, lamentou Paola.
Segundo os depoimentos das pacientes, todas foram orientadas pelo mesmo cirurgião a realizar novos procedimentos corretivos. Estes tinham o objetivo de consertar os erros dos procedimentos iniciais. Contudo, nenhuma das correções trouxe resultados satisfatórios.
As mulheres relatam um padrão preocupante na conduta médica. Além dos problemas com os resultados estéticos, todas mencionam negligência durante o período pós-operatório. Segundo elas, o médico frequentemente deixou de prestar a assistência adequada necessária para a recuperação.
“Quando começamos a questionar, o tratamento muda completamente”, explicou Graziele. “Começa um processo de culpabilização: é seu corpo, é sua genética. A frustração só aumenta com o tempo. Parece que eu simplesmente não tinha o corpo ideal para uma cirurgia plástica.”
De acordo com especialistas em cirurgia plástica reparadora, o acompanhamento pós-operatório é fundamental para garantir resultados satisfatórios. A ausência desse cuidado pode configurar negligência médica.
As advogadas que representam as pacientes tentaram inicialmente uma solução extrajudicial. Segundo elas, houve tentativas de negociação direta com a clínica para evitar a exposição pública das mulheres. Entretanto, não conseguiram um retorno satisfatório.
“Quando o resultado de uma cirurgia estética é claramente desarmonioso aos olhos do senso comum, o cirurgião tem o dever de indenizar”, explicou a advogada Henriette Altieri. “Em casos assim, a tentativa de acordo deveria partir do próprio médico.”
Diante da falta de solução amigável, o grupo decidiu procurar a Polícia Civil. Entretanto, as autoridades instauraram um inquérito formal para investigar as acusações contra o médico Valentim Pizzoni.
O Conselho Regional de Medicina também foi notificado sobre as denúncias. O órgão pode aplicar sanções que variam desde advertências até a cassação do registro profissional, dependendo da gravidade dos fatos comprovados.
A equipe de reportagem buscou contato com a defesa do cirurgião plástico Valentim Pizzoni. Contudo, não obteve resposta até o fechamento desta matéria. O espaço permanece aberto para manifestações.
Especialistas em direito do consumidor recomendam alguns cuidados antes de realizar cirurgias plásticas:
Para pacientes que enfrentam problemas semelhantes, é recomendável procurar orientação jurídica especializada e registrar boletim de ocorrência. Em casos de complicações médicas, busque imediatamente uma segunda opinião profissional.